O ministro da Defesa da Grã-Bretanha, Philip Hammond, acredita que a Argentina não tem o desejo nem a capacidade militar para iniciar, como fez em 1982, outra guerra pela soberania das Ilhas Malvinas. A declaração de Hammond foi publicada nesta quinta-feira pelo jornal britânico The Times, a poucos dias do 30º aniversário do conflito bélico que Argentina e Grã-Bretanha travaram no Atlântico Sul.
Tensão - O aniversário do conflito ocorre em meio a uma escalada da tensão entre os dois países devido à insistência de Buenos Aires em reclamar a soberania das ilhas. A situação se agravou desde que em 2011 os países do Mercosul (Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil) acordaram impedir a entrada de navios com bandeira das Malvinas em seus portos."Não temos nenhuma prova que sugira que os argentinos têm a inclinação ou a capacidade para uma intervenção militar nas Falklands (Malvinas)", afirmou o titular da Defesa, lembrando que a Argentina não compra novos aviões de combate desde 1982. Ainda assim, o ministro deixou claro que seu país está disposto a reforçar o arquipélago se for necessário.
No mês passado, a Grã-Bretanha anunciou o envio às ilhas do destróier HMS Dauntless, equipado com mísseis antiaéreos, cujo desdobramento causou mal-estar na Argentina, que acusou Londres perante a ONU de militarizar a disputa pela soberania das ilhas. Buenos Aires também questionou a presença do príncipe William nas ilhas em fevereiro, como parte de uma instrução militar.
O conflito bélico de 1982, no qual morreram 255 militares britânicos e 650 argentinos, começou quando soldados argentinos da junta militar de governo ocuparam as ilhas em 2 de abril e terminou com a vitória britânica em 14 de junho.