quinta-feira, 29 de março de 2012

Londres: Argentina não é capaz de entrar em outra guerra

O ministro da Defesa da Grã-Bretanha, Philip Hammond, deixou claro que seu país está disposto a reforçar o arquipélago

O ministro da Defesa da Grã-Bretanha, Philip Hammond, acredita que a Argentina não tem o desejo nem a capacidade militar para iniciar, como fez em 1982, outra guerra pela soberania das Ilhas Malvinas. A declaração de Hammond foi publicada nesta quinta-feira pelo jornal britânico The Times, a poucos dias do 30º aniversário do conflito bélico que Argentina e Grã-Bretanha travaram no Atlântico Sul.
Tensão - O aniversário do conflito ocorre em meio a uma escalada da tensão entre os dois países devido à insistência de Buenos Aires em reclamar a soberania das ilhas. A situação se agravou desde que em 2011 os países do Mercosul (Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil) acordaram impedir a entrada de navios com bandeira das Malvinas em seus portos."Não temos nenhuma prova que sugira que os argentinos têm a inclinação ou a capacidade para uma intervenção militar nas Falklands (Malvinas)", afirmou o titular da Defesa, lembrando que a Argentina não compra novos aviões de combate desde 1982. Ainda assim, o ministro deixou claro que seu país está disposto a reforçar o arquipélago se for necessário.
No mês passado, a Grã-Bretanha anunciou o envio às ilhas do destróier HMS Dauntless, equipado com mísseis antiaéreos, cujo desdobramento causou mal-estar na Argentina, que acusou Londres perante a ONU de militarizar a disputa pela soberania das ilhas. Buenos Aires também questionou a presença do príncipe William nas ilhas em fevereiro, como parte de uma instrução militar.
O conflito bélico de 1982, no qual morreram 255 militares britânicos e 650 argentinos, começou quando soldados argentinos da junta militar de governo ocuparam as ilhas em 2 de abril e terminou com a vitória britânica em 14 de junho.

domingo, 25 de março de 2012

Calendário pode piorar crise no Congresso

 Depois de uma semana de rebelião na base governista na Câmara, o governo deve enfrentar mais dificuldades nos próximos dias: a intransigência do Executivo, conjugada aos interesses dos parlamentares, podem levar à repetição do cenário da última quarta-feira. O governo tentou empurrar a Lei Geral da Copa goela abaixo dos deputados, mesmo sem acordo. A avaliação equivocada do cenário veio da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e reflete a posição da presidente Dilma Rousseff. O líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), não se opôs. Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara, sabia dos riscos, mas lavou as mãos.
Em plenário, a tentativa de votação da Lei Geral da Copa resultou em uma vergonhosa derrota. Não foi a única do dia. Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o governo sofreu outro revés durante a votação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dificulta a demarcação de novas terras indígenas. A Comissão de Trabalho ainda aprovou a convocação da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para falar aos deputados sobre a suspensão de concursos públicos. O dia não foi dos melhores para o governo. E a crise pode se estender.
Não há sinais de que o Executivo vá aparar as arestas que geraram a insatisfação. Se não conseguir aprovar a Lei Geral da Copa na semana que vem, o governo pode ver a rebelião ganhar força. O risco é real, já que a presidente Dilma Rousseff e o vice, Michel Temer, estarão fora do país: ela, na Índia; ele, na Coreia do Sul. Marco Maia, presidente da Câmara, assumirá o Planalto. Sem ele, a Casa não costuma votar propostas importantes. E a semana seguinte será morta por causa do feriado de Páscoa. Tudo parece conspirar para que a paralisia floresça e se instale.
A turbulência não estava nos planos do Planalto. A presidente Dilma Rousseff dispõe, no papel, de uma das maiores bases governistas da história: menos de 20% dos parlamentares pertencem a legendas da oposição. Na prática, a maioria já não funciona como se esperava. Os motivos que levaram o governo a perder sustentação no Congresso são diversos: passam pela demissão de ministros aliados, o corte nas emendas parlamentares e a falta de acordo sobre o Código Florestal. Mas, sobretudo, os parlamentares se queixam da dificuldade de diálogo com o Planalto, que por vezes tenta impor à força a pauta de votações.
Apesar desse cenário, é pouco provável que a oposição ganhe força. DEM, PSDB e PPS têm hoje menos parlamentares do que há um ano. A dor de cabeça virá sempre dos próprios governistas, especialmente do numeroso grupo dos que usam os votos no Congresso como moeda de troca para obter benesses. O novo cenário, onde aliados parecem ter perdido o receio de afrontar o Planalto, exige uma capacidade maior de articulação. Mas o líder Arlindo Chinaglia é tido como alguém com pouca capacidade de costurar acordos em momentos de divergência, embora seja disciplinado e leal ao governo.
O Planalto pode até lucrar, em parte, com a crise no relacionamento com o Congresso. Sucessivas pesquisas têm demostrando que a presidente Dilma Rousseff construiu uma imagem de gerente implacável, mais técnica do que política. Os efeitos na popularidade podem ser reais, mas os fatos são outros. A presidente Dilma enfrenta uma crise que é consequência do modelo de loteamento que, depois de um ano de governo, começa a ruir por falta de coesão.
Dilma insiste - Será que, depois da derrota, a presidente aprendeu a lição? Não. Mesmo após a rebelião, a presidente não pretende ceder e agendar a votação do Código Florestal, uma exigência da numerosa bancada ruralista para votar a Lei Geral da Copa. Dilma se encontrou nesta quinta-feira com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e deu o recado. Ideli, por sua vez, telefonou para Arlindo Chinaglia e repassou as instruções. A postura de enfrentamento pode aprofundar a crise com os aliados.
Na semana passada, o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) pôs-se a dar conselhos públicos à aliada Dilma Rousseff: "Digo isso com a experiência de quem, exercendo a Presidência da República, desconheceu a importância fundamental do Senado e da Câmara dos Deputados para o processo democrático e de governabilidade: o resultado desse afastamento meu do Legislativo brasileiro redundou no meu impeachment, no meu afastamento”. A advertência é parcialmente inverídica e contém certo exagero. Mas, por via das dúvidas, melhor que não seja desprezada.

sábado, 24 de março de 2012

O Brasil aos olhos de Dilma

Cristiano Mariz

Aos olhos de muita gente, a presidente Dilma Rousseff deveria estar uma pilha de nervos na semana passada. Ela vinha de uma viagem à Alemanha, onde pareceu, inadequadamente, dar lições de governança à chanceler Angela Merkel. Na reunião que teria com os maiores empresários brasileiros, ela lhes daria “um puxão de orelha”, e, para completar o quadro recente de tensão, a base aliada do seu governo no Congresso estava em franca rebelião, contrariando seguidas iniciativas do Palácio do Planalto nas votações. Como pano de fundo da semana caótica, havia o fato de Dilma ainda não ter convencido a opinião pública de ser a grande gestora que o eleitorado escolheu para governar o Brasil em 2010. Como escreve nesta edição J.R. Guzzo, colunista de VEJA, capturando uma sensação mais ampla, “a maior parte das atividades do governo brasileiro hoje em dia poderia ser descrita como ficção”. Mas Dilma não estava nem um pouco tensa quando recebeu a equipe de VEJA (Eurípedes Alcântara, diretor de redação, e os redatores-chefes Lauro Jardim, Policarpo Junior e Thaís Oyama) na tarde de quinta-feira passada para uma conversa de duas horas em uma sala contígua a seu gabinete de trabalho no Palácio do Planalto, em Brasília.
Dilma vinha de encerrar a reunião com os empresários, em que, disciplinadamente, cada um dos 28 presentes teve cinco minutos para falar, e não pareceu ter dado — ou levado — metafóricos puxões de orelha. “Tivemos uma conversa séria. Coisa de país que sabe onde está no mundo e aonde quer chegar”, disse ela. “Ficamos todos de acordo que os impostos têm de cair, os investimentos privados e estatais têm de aumentar e o que precisar ser feito para elevar a produtividade da economia brasileira e sua competitividade externa será feito.” Para quem vinha tendo os ouvidos atacados pelo buzinaço estéril da “guerra cambial” contra o Brasil — expressão que, como mostra a entrevista, ela não acha própria —, a frase de Dilma, mesmo sem a sonoridade do português castiço, soa como música.  
É saudável quando o governante não põe em inimigos externos toda a culpa por coisas que não funcionam. Melhor ainda quando reconhece que seu próprio campo, além de não ter soluções para tudo, é também parte do problema. “Não dá para consertar a máquina administrativa federal de uma vez, sem correr o risco de um colapso. Nem na iniciativa privada isso é possível. No tempo que terei na Presidência vou fazer a minha parte, que é dotar o estado de processos transparentes em que as melhores práticas sejam identificadas, premiadas e adotadas mais amplamente. Esse será meu legado. Nosso compromisso é com a eficiência, a meritocracia e o profissionalismo.”   
“Eu disse aos empresários que seremos aliados nas iniciativas para aumentar a taxa de investimento da economia — e não mais apenas o crédito para o consumo”, contou ela. Suas propostas lembram o gato do chinês Deng Xiaoping. Não importa a cor. O que interessa é que ele cace ratos. Dilma Rousseff, porém, continua sendo a Dilma da lenda da mulher durona, de coração nacionalista. Confrontada com as críticas de que a Petrobras não pode ser um braço de política industrial do governo, ela reagiu: “A Petrobras tem de saber que o petróleo é do Brasil e não dela”. Felizmente, Dilma admite que a extração do petróleo do pré-sal tem prioridade até sobre a sacrossanta exigência de 65% na taxa de nacionalização dos equipamentos — o que inviabiliza ou encarece muitas operações. Ela não verbaliza que a taxa pode ser reduzida, mas diz que, entre a manutenção do patamar de nacionalização e a garantia de produção dos campos do pré-sal, fica com a produção. 

quarta-feira, 21 de março de 2012

Príncipe William conclui missão nas Malvinas

O príncipe William: de volta após sete semanas nas Malvinas

O príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono britânico, retornou à Grã-Bretanha após concluir sua missão nas Malvinas, informou nesta quarta-feira o Ministério da Defesa do país. William atuou nas disputadas ilhas como piloto de busca e resgate da Royal Air Force - o que foi classificado como uma provocação pelo governo argentino, que reivindica para si o território.
A Clarence House, encarregada dos assuntos do príncipe Charles e seus filhos, confirmou a volta de William e informou que o segundo na linha de sucessão à Coroa Britânica será reincorporado em breve a sua base da RAF em Valley, na ilha de Anglesey, norte de Gales.
William passou quase sete semanas no arquipélago sul-americano, sob domínio britânico, mas com a soberania reclamada pela Argentina. Londres afirmou que se tratou de uma missão de rotina que fazia parte de seu trabalho e progressão de carreira como piloto de busca e resgate, trabalho que o príncipe desempenha desde o final de 2010.

De Dilma para Chevron: "Protocolos de segurança existem para ser cumpridos"

Dilma Rousseff e Magda Maria Chambriard em evento, no Rio de Janeiro

A presidente Dilma Roussef mandou um recado para a petrolífera Chevron, nesta quarta-feira, durante a posse da nova diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, no Rio de Janeiro. Sem citar nomes, Dilma destacou que todas as empresas que exploram petróleo devem atuar com responsabilidade e segurança operacional.

"As empresas que aqui vierem se instalar e as que já estão instaladas devem saber que protocolos de segurança existem para ser cumpridos. É necessário ficar dentro dos limites de segurança e, algumas vezes, até abaixo, mas nunca pressionados e jamais ultrapassados. As empresas devem agir com responsabilidade e ações concretas para garantir segurança operacional e preservação ambiental", afirmou Dilma.

A presidente manifestou apoio à ANP na condução do caso. "Todos nós sabemos que cabe à ANP fiscalizar acidentes de imperícia, de desrespeito a normas de segurança. E nós parabenizamos a ANP pelo que tem feito até agora", completou.

Multas à vista - A nova diretora-geral da agência, Magda Chambriard, afirmou que já tirou suas conclusões sobre o vazamento no Campo de Frade, mas aguarda que a Chevron apresente sua defesa. Ontem, a petrolífera recebeu o relatório final da ANP sobre o acidente de novembro, que aponta 25 autos de infração. O prazo para a defesa é de 15 dias. 

Diante da instabilidade geológica da área, o Campo de Frade corre o risco de ser aposentado. Segundo Magda, a ANP estuda se o local ainda tem condições de voltar a ser explorado comercialmente. Ela negou, no entanto, que a Chevron tenha pedido permissão para deixar o país.

Magda aproveitou ainda para eximir a ANP de qualquer falha de fiscalização nesse episódio. "A fiscalização é a parte mais visível de todo o nosso trabalho. Mas fazemos fiscalização inteligente. Não adianta colocar um fiscal em cada poço ou posto de combustível do país. Além da ação coercitiva in loco, contamos com os dados coletados nas instalações dos agentes econômicos", argumentou.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Dilma troca forças políticas para controlar Congresso

Dilma entre Maia, Sarney e Temer: relação problemática com ministra Ideli Salvatti também motivou trocas

A estratégia da presidente Dilma Rousseff ao trocar a liderança do governo na Câmara e no Senado é ampliar seu controle nas votações de interesse do governo no Congresso Nacional. Dilma fez um jogo arriscado: substituiu os líderes por seus opositores nas bancadas do PMDB e do PT. Arlindo Chinaglia (SP) entrará no lugar de Cândido Vacarezza (SP), com quem vem travando disputas internas do PT. E Eduardo Braga (AM), um dos rebelados do PMDB, substituirá Romero Jucá (RR).
Vacarezza e Jucá eram tidos como "fortes" e "independentes" demais na visão do Planalto. Em vez de dar prioridade aos interesses do Planalto, preocupavam-se com os compromissos firmados com seus grupos políticos. "Precisamos de líderes do governo para defender o governo e não o que eles acham", disse ao site de VEJA um interlocutor de Dilma.
O deputado petista, por exemplo, queria colocar o texto do Código Florestal em votação ainda nesta semana na Câmara – a contragosto do governo. E Jucá, mesmo sabendo do risco de derrota em votação na semana passada, informou à Presidência que tudo corria bem. Resultado: os senadores rejeitaram a recondução de Bernardo Figueiredo para a direção-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Era uma escolha pessoal da presidente. A cabeça de Jucá foi a prêmio e Eduardo Braga foi convocado pela presidente Dilma na semana passada mesmo – antes de Jucá ser informado que seria demitido da função. 
No início do ano, Dilma já havia avisado o vice-presidente Michel Temer que queria realizar um rodízio de lideranças. Mas o troca-troca foi antecipado com a derrota na indicação para a ANTT, liderada pelos dissidentes do PMDB. Eduardo Braga, também considerado rebelde, foi escolhido exatamente para tentar acalmar os ânimos do grupo. O governo acredita que ele puxará votos de outros colegas, como Roberto Requião (PMDB-PR), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Pedro Simon (PMDB-RS)
Articulação - A relação problemática entre os líderes e a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também motivou as substituições. A relação entre Vacarezza e Ideli era considerada “péssima” desde o ano passado. E, pela segunda vez, a presidente Dilma se deparou com um problema de articulação política no Congresso. A primeira culminou na demissão de Luiz Sérgio da pasta hoje ocupada por Ideli. Desta vez, a presidente preferiu manter a ministra e trocar as lideranças do governo.
A própria Ideli ajudou a escolher os novos nomes, que são mais próximos dela. Portanto, será responsabilizada se a alteração não der resultados. “Se der certo ou errado, ela será responsabilizada, porque coordenou essas duas mudanças bruscas”, disse um deputado petista.
Pelo menos dois sinais de alerta já foram acionados. Em primeiro lugar, ao nomear Eduardo Braga, a presidente aumenta a força política do senador - tudo o que o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), não quer. Os dois pretendem se candidatar à Presidência do Senado no ano que vem. Para "acertar os ponteiros", aliás, tiveram uma longa conversa nesta segunda-feira. O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp, nega que a indicação possa dividir ainda mais o PMDB: "Está tudo pacificado."

Outro problema na indicação de Eduardo Braga: ele é desafeto do presidente do PR, Alfredo Nascimento, com quem disputa votos no Amazonas. Se a relação com o partido já estava ruim, agora pode complicar ainda mais. A presidente, contudo, promete apagar esse fogo na semana que vem. O PR quer retomar o comando do Ministério dos Transportes, ocupado por Nascimento até julho de 2011. Mas os nomes que o partido ofereceu até agora não agradaram.
Ainda assim, a tendência é que Dilma ceda e devolva a pasta ao comando da cúpula do partido. Até porque o PR votou com o governo na indicação para a ANTT. Já as negociações com o PDT, outro rebelado, estão um pouco mais avançadas: a nomeação do deputado Brizola Neto (RJ) para o Ministério do Trabalho pode sair ainda esta semana.

domingo, 18 de março de 2012

Anúncio da Coreia do Norte causa alarme internacional

 O anúncio da Coreia do Norte de que em abril lançará um foguete para instalar um satélite em órbita provocou nesta sexta-feira um alarme internacional. Apesar de Pyongyang afirmar que o seu objetivo é civil, Coreia dos Sul, Estados Unidos e Japão consideram o projeto um teste encoberto de míssil balístico, em aberta violação das resoluções da ONU.
"Um lançamento de um míssil dessas características seria uma ameaça para a segurança regional e seria inconsistente com o compromisso norte-coreano para se abster de lançamentos de projéteis de longo alcance", disse a Secretária de Estado americana, Hillary Clinton, em um comunicado. "Pedimos à Coreia do Norte que se atenha a suas obrigações internacionais, incluindo as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Estamos em consultas com nossos parceiros internacionais para determinar os próximos passos", afirmou Hillary.
A Secretária de Estado considerou 'sem espaço para dúvidas' que esse lançamento viola as resoluções 1718 e 1874 das Nações Unidas, nas quais o regime de Pyongyang está proibido de desenvolver o 'uso de sua tecnologia de mísseis balísticos'.
Ásia - A Coreia do Sul também afirmou que o anunciado lançamento de um foguete norte-coreano violaria as resoluções da ONU e seria considerado uma 'grave provocação', enquanto o Japão pediu o cancelamento do projeto. Seul exigiu que o vizinho norte-coreano "interrompa imediatamente essa provocação e acate suas obrigações internacionais".
Para o Japão, independentemente de ser um satélite ou um míssil balístico, o anúncio representa uma "violação das resoluções do Conselho de Segurança". O país pediu moderação a Pyongyang. A China, principal suporte econômico da Coreia do Norte, pediu a todas as partes um "papel construtivo" na manutenção da paz regional.
Plano - A operação está prevista para entre 12 e 16 de abril, para comemorar o centenário de nascimento do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-Sung. Um foguete Unha-3 lançará o satélite de observação terrestre norte-coreano Kwangmyongsong-3, segundo a agência oficial KCNA, alegado que os equipamentos são necessários para o desenvolvimento econômico do país e fazem parte das 'atividades pacíficas espaciais'.
A Coreia do Norte utilizou argumento semelhante quando lançou um "satélite" no dia 5 de abril de 2009, provocando a condenação do Conselho de Segurança da ONU e um reforço das sanções contra Pyongyang. Na ocasião, um foguete norte-coreano sobrevoou o território japonês e caiu no Oceano Pacífico. Tóquio, com apoio de Washington e Seul, denunciou na época um teste de míssil de longo alcance.
Diplomacia - A reação levou a Coreia do Norte a abandonar, em sinal de protesto, as negociações de desarmamento nuclear entre seis países (Estados Unidos, Rússia, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul e Japão) e a executar um segundo teste nuclear no mês seguinte. Porém, em 29 de fevereiro Pyongyang e Washington surpreenderam o mundo ao anunciar um acordo, o que criou expectativas de apaziguamento das tensões regionaisapós a chegada ao poder de Kim Jong-un, terceiro representante da dinastia comunista dos Kim que comanda a Coreia do Norte desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Osama bin Laden planejava assassinar Obama

'Obama é o líder dos infiéis', teria dito Osama bin Laden

fundador da Al Qaeda, Osama bin Laden, planejava matar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a quem considerava "o líder dos infiéis", informou nesta sexta-feira o jornal The Washington Post. O plano para assassinar Obama está descrito em documentos encontrados no complexo no qual Bin Laden morava na localidade paquistanesa de Abbottabad, onde morreu em uma operação militar americana em maio do ano passado.
Segundo o jornal, Bin Laden ordenou organizar uma rede de células especiais no Afeganistão e Paquistão para atacar o avião do presidente Obama. O objetivo era que o governo dos EUA passasse para as mãos do vice-presidente, Joe Biden, quem Bin Laden considerava pior preparado para a Presidência, e assim provocar uma crise neste país, acrescentou o jornal, que teve acesso aos documentos por meio de um funcionário de alta categoria do governo Obama.
"Obama é o líder dos infiéis e assassinando-o automaticamente farei com que Biden assuma a Presidência. Biden não está preparado plenamente para esse posto, o que levará os EUA a uma crise", explicava o líder da Al Qaeda no documento escrito em árabe. Bin Laden também se propunha a assassinar o general David Petraeus, atual responsável pela CIA, mas que na época era o comandante-em-chefe das tropas dos EUA e da Otan no Afeganistão, por considerar que sua morte "poderia alterar o rumo da guerra" nesse país.
Complô - Funcionários do governo americano asseguraram ao periódico que o complô contra Obama e Petraeus nunca foi uma ameaça séria, além disso consideraram que "a organização carece da capacidade para planejar, organizar e executar ataques complexos e catastróficos, embora persista a ameaça". Em um documento de 48 páginas, Bin Laden fala de seu braço direito, Atiyah Abd al Rahman, o qual desejava encarregar desta missão o terrorista paquistanês Ilyas Kashmiri, que morreu um mês após bin Laden em um ataque americano com aviões não tripulados.
Bin Laden queria centrar os esforços da organização em atacar os EUA para deter o derramamento de "sangue muçulmano" e pede a Atiyah que pergunte "aos irmãos em todas as regiões, se têm um irmão que possa operar nos EUA (que possa) viver lá, ou que seja fácil para ele para viajar para lá". Os documentos já foram desclassificados e estarão disponíveis ao público em breve tanto em sua versão original em árabe como a tradução para o inglês. 

quinta-feira, 15 de março de 2012

Chinaglia quer adiar votação do Código Florestal

Arlindo Chinaglia: "Naturalmente vocês podem encontrar em qualquer partido, a começar o PT, alguém insatisfeito"

Como quer o Planalto, o novo líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), pedirá nesta quarta-feira o adiamento da votação do projeto do Código Florestal, prevista para esta tarde. Chinaglia disse que fará o pedido ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), por falta de acordo em torno da proposta  –  o PMDB ameaça votar contra alguns dos pontos defendidos pelo governo.
A votação do Código Florestal foi justamente um dos motivos que levaram à queda do antecessor de Chinaglia da liderança do governo, Cândido Vacarezza (PT-SP). Mesmo sem autorização da presidente Dilma, o ex-líder tentou colocar o texto em votação esta semana.
"Há divergências que ainda não foram sanadas, então temos que ter cautela maior", disse Chinaglia. O deputado também manifestou a preocupação do governo com o tema em meio aos preparativos da Conferência Rio+20. O evento reunirá lideranças mundiais no Rio de Janeiro em junho. "É evidente que a Rio+20 é vitrine internacional e temos que aproveitá-la bem", disse. "A melhor maneira é apresentar um Código Florestal que sirva como referência."
Copa –  Também por falta de acordo, Chinaglia tentará retardar a votação da Lei Geral da Copa. "Não podemos trabalhar com essa celeridade", disse. “Ir à votação sem acordo prévio seria loucura política.”
Nesta tarde, Chinaglia se reunirá com os líderes da base para tentar chegar a um consenso. O petista negou que haja uma crise entre o Planalto e o Congresso Nacional, apesar dos recentes protestos de partidos da base – particularmente o PMDB. "Naturalmente vocês podem encontrar alguém insatisfeito em qualquer partido, a começar pelo PT ", afirmou.
O deputado solicitou ao vice-presidente Michel Temer uma reunião para discutir as relações políticas. Eles trocaram algumas palavras na cerimônia de posse do ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. "Aproveitei para pedir uma audiência com ele, dada a importância que ele tem no processo politico nacional", disse Chinaglia.
Nos bastidores, a bancada do PMDB na Câmara está em polvorosa com a nomeação de Chinaglia. Os peemedebistas temem que ele ganhe força política com a nova missão e se candidate à Presidência da casa em 2013. PT e PMDB fizeram um acordo, no ano passado, para que houvesse rodízio das legendas no cargo. O PMDB teme que os petistas rompam o acordo em detrimento da candidatura de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Caberá a Temer intermediar as negociações a favor de Alves, que é seu braço-direito. 

Ricardo Teixeira deixa presidência da CBF e do COL

 Rio de Janeiro, 12 mar (EFE).- O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, renunciou nesta segunda-feira a seu cargo e à chefia do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL), anunciou o vice-presidente da entidade, José Maria Marin.
Em entrevista coletiva na sede da CBF, Marin leu uma carta de Teixeira na qual o dirigente informa que se afasta da presidência depois de 23 anos no cargo. 'Deixo definitivamente a presidência da CBF com a sensação do dever cumprido', disse o cartola, de 64 anos, na carta.
'Presidir paixões não é tarefa fácil. O futebol no nosso país é associado a talento e desorganização. Quando ganhamos, despertou o talento. Quando perdemos, imperou a desorganização. Fiz nesses anos o que estava ao meu alcance, sacrificando a saúde', acrescentou.
De acordo com os estatutos da CBF, Marin, de 79 anos, até então o vice-presidente mais velho da entidade, passa a ocupar o cargo e também o lugar de Teixeira no COL, ao lado dos ex-jogadores Ronaldo e Bebeto.
Em comunicado, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirma que 'o governo continuará se esforçando junto com a nova direção do Comitê Organizador Local para que a Copa do Mundo seja vitoriosa'. Segundo ele, a alteração 'não muda a atitude do governo, que sempre foi da busca de cooperação com todos aqueles que têm o objetivo comum'.
'Não vejo como qualquer mudança no comando do Comitê Organizador Local altere o calendário ou o ritmo das obras para a Copa do Mundo', acrescentou Rebelo.
A renúncia de Teixeira é oficializada depois que, na semana passada, o dirigente anunciou que se afastaria provisoriamente da presidência da CBF por motivos de saúde e 12 dias depois que a Assembleia Geral da CBF ratificou por unanimidade sua permanência no cargo.
A imprensa ventilava há semanas a possibilidade de o dirigente deixar o cargo devido ao desgaste político com o governo da presidente Dilma Rousseff.
Antes do carnaval, alguns jornais e sites noticiaram que o cartola deixaria o poder em breve para cuidar da saúde. Em setembro do ano passado, Teixeira foi internado por dois dias no Rio de Janeiro devido a uma diverticulite.
A esposa e a filha mais nova de Teixeira viajaram para Miami, assim como o dirigente, o que aumentou a especulação. As notícias sobre a possível saída do cartola aumentaram com as denúncias da imprensa internacional sobre o envolvimento dele em escândalos de corrupção da Fifa, onde é membro do Comitê Executivo.
Em sua nota de hoje, Teixeira agradeceu à torcida brasileira e lembrou os títulos conquistados pela seleção brasileira desde sua chegada à CBF em 1989. Durante seu mandato, o Brasil conquistou as Copas dos Estados Unidos, em 1994, e da Coreia do Sul-Japão, em 2002.
Por sua parte, José Maria Marin, o novo presidente da instituição, que foi jogador e governador de São Paulo durante alguns meses na década de 1980, se comprometeu a continuar com a linha marcada por Teixeira em seu mandato. 

terça-feira, 13 de março de 2012

Sarkozy nega ter recebido dinheiro de Kadafi

“Essas acusações são grotescas”, disse Sarkozy

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, negou na noite de segunda-feira ter recebido dinheiro do ex-ditador da Líbia, Muamar Kadafi, para a sua campanha eleitoral em 2007, informou nesta terça-feira a rede CNN. Sarkozy disse que o filho do ditador, Saif al-Islam, que espalhou o boato, é “conhecido por falar bobagens” e o desafiou a provar as doações.
“Essas acusações são grotescas”, disse o atual presidente e favorito nas pesquisas de opinião sobre as eleições presidenciais francesas, marcadas para 22 de abril. A poucas semanas do pleito, circulam na internet as acusações de Saif de março de 2011, pouco antes da intervenção da Otan na Líbia, liderada pela França, que culminou com a morte de Muamar Kadafi e a queda do regime. “Sarkozy deveria devolver o dinheiro que aceitou da Líbia para financiar sua campanha eleitoral. Fomos nós que financiamos a sua campanha, e temos a prova disso”, disse Saif al-Islam na época.
“Eu lamento que um canal grande como o TF1 esteja usando informações de documentos de Kadafi e seu filho”, afirmou o presidente ao canal francês TF1 em uma entrevista na noite de segunda-feira. “Quando alguém cita Kadafi, que está morto, ou seu filho, que enfrenta um julgamento, a credibilidade é zero. E quando você levanta as acusações deles com essas perguntas que você está fazendo, você degrada o debate político”, disse Sarkozy ao entrevistador.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Malvinas têm melhor defesa hoje do que há 30 anos


O Memorial da Guerra das Malvinas de 1982, em Buenos Aires

As Malvinas estão mais bem defendidas hoje pela Grã-Bretanha do que em 1982, quando as tropas da ditadura argentina invadiram o arquipélago desencadeando uma curta massangrenta guerra entre os dois países.  A análise é de um consultor do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS).
"Militarmente, as ilhas estão mais bem defendidas e significará certamente um maior desafio para a Argentina tomá-las", afirmou Christian Le Mière, especialista em forças navais, durante a apresentação à imprensa do balanço estratégico anual do IISS.
Em 2 de abril de 1982, quando as tropas do regime do general argentino Leopoldo Galtieri invadiram as Falkland (nome inglês), a Grã-Bretanha tinha apenas um pequeno contingente de Royal Marines. Trinta anos depois, Londres tem cerca de mil soldados mobilizados nas ilhas e pelo menos três embarcações no Atlântico Sul, disse o especialista.
Tensão - A observação do analista é divulgada em meio à nova escalada de tensão entre os dois países pela soberania das ilhas. A Argentina pediu que produtos importados da Grã-Bretanha fossem substituídos e bloqueou o acesso de dois cruzeiros britânicos ao porto de Ushuaia. A Grã-Bretanha, por sua vez, enviou para as Falkland o príncipe William em missão militar e considerou 'contraproducente' a medida argentina em relação à importação.

Christian Le Mière não descartou, no entanto, que uma campanha argentina bem coordenada para se apoderar das ilhas pudesse ser bem-sucedida - em meio, sem dúvida, a grandes desafios de logística e estratégia.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Ditadores felicitam Putin por vitória na eleição presidencial

O primeiro-ministro russo e candidato presidencial Vladimir Putin na sede de sua campanha em Moscou

Os ditadores do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, da Síria, Bashar Assad, e da Venezuela, Hugo Chávez, felicitaram nesta segunda-feira Vladimir Putin por sua vitória na eleição presidencial russa. Putin venceu as eleições com quase 64% dos votos, segundo os resultados quase definitivos divulgados pela comissão central eleitoral, ao fim de um processo marcado por inúmeras fraudes, segundo a oposição e os observadores russos.
Em mensagem enviada ao gabinete de Putin, Ahmadinejad ressaltou que Teerã deseja a manutenção das boas relações entre os dois países. "Eu o felicito, da mesma forma que o governo e a nação amiga, por ter sido eleito presidente da Federação da Rússia", declarou Ahmadinejad, segundo nota publicada no site do governo.
Bashar Assad também enviou a Putin uma mensagem na qual deu seus parabéns a sua expressiva vitória. A Rússia mostrou seu apoio ao regime de Damasco no mês passado, quando vetou uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que condenava a Síria pela repressão aos protestos que pedem à saída de Assad do poder. No entanto, na sexta-feira, Putin assegurou que Moscou não tem qualquer relação especial com a Síria.
Venezuela - Já o Ministério de Relações Exteriores do governo de Hugo Chávez destacou a "importante jornada democrática protagonizada pelo povo russo ao voltar-se de maneira entusiasta às urnas para escolher no primeiro turno seu novo presidente". "O governo venezuelano cumprimenta a maturidade do povo russo, o qual expressou de maneira soberana e contundente sua vontade de fortalecer a grande pátria russa e levá-la pelos caminhos da paz, o bem-estar, a justiça e o desenvolvimento", assinala o texto oficial.
O comunicado diz que Chávez tem um "forte vínculo de amizade e uma visão comum para a construção de um mundo pacífico, solidário e democrático no século XXI com Putin". "A Venezuela deseja o maior dos sucessos a Putin e a sua nova equipe de governo e lhe reitera o mais firme compromisso de aprofundar as relações estratégicas entre ambos os países", continua o comunicado.
Em um programa de televisão gravado no sábado e divulgado em Caracas, Chávez já tinha antecipado que tinha certeza da vitória de Putin. Venezuela e Rússia têm um amplo programa de cooperação em setores que vão desde o tecnológico ao energético, passando pelo dos bens de capital, o comercial agrícola e o militar, com um amplo programa de compras de Caracas para equipar sua Força Armada. 

sábado, 3 de março de 2012

Israel diz que Irã deve saber que opção militar é possível

Meridor com primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em Jerusalém

O vice-primeiro-ministro e ministro de Serviços de Inteligência, Dan Meridor, defendeu nesta sexta-feira um aumento das sanções para pôr fim ao programa nuclear do Irã e afirmou que o país deve perceber que, se não modificar sua política, um ataque militar "é uma possibilidade real". Meridor, contudo, não disse quanto tempo resta para que essa ação, apoiada por senadores americanos, seja tomada.
"Os iranianos devem saber que é sério, que se não modificarem sua política, será uma possibilidade real", afirmou Meridor em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal francês Le Monde. O ministro, porém, não quis dar mais detalhes sobre a 'opção militar'. "Não porque não exista, pelo contrário, mas porque talvez seja inclusive contraproducente falar publicamente", disse.
Quando questionado sobre se Israel decidirá sozinho pelo ataque, Meridor explicou que "o melhor para qualquer país não é atuar de maneira solitária" e que, nesse caso, "não é correto apresentar a questão como um problema unicamente para Israel". "Se pudermos atuar coletivamente, é preferível, mas não acho que a comunidade internacional atuará por nós, ninguém lutará por nós, temos que nos defender sozinhos", acrescentou Meridor.
Em relação à pressão internacional contra os planos nucleares do Irã, acusado de estudar produzir uma bomba atômica, o ministro considerou 'inegável' que por enquanto não tenha apresentado resultados, o que não significa que não serão obtidos. "Se as sanções enviam claramente aos iranianos a mensagem determinada e persistente de que não obterão a bomba e que o preço que devem pagar não para de aumentar, tendo a pensar que podem reconsiderar sua decisão", afirmou o ministro israelense e membro do partido conservador Likud.