sábado, 9 de junho de 2012

AIEA anuncia (mais um) fracasso de negociação com o Irã

Yukiya Amano, diretor-geral da AIEA

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou nesta sexta-feira o (novo) fracasso de suas negociações com o Irã. Um encontro promovido a portas fechadas nesta manhãtinha a intenção de esclarecer algumas dúvidas pendentes sobre a natureza do programa nuclear da República Islâmica, que levanta temor em todo o Ocidente por suspeitas de fabricação de uma bomba atômica.
Participaram do encontro na sede da AIEA o diretor-geral desta agência da ONU, Yukiya Amano, o diretor adjunto para Assuntos Políticos, o argentino Rafael Grossi, o inspetor-chefe de Desarmamento, o belga Herman Nackaerts, e o embaixador do Irã na AIEA, Ali-Asghar Soltanieh. Outra reunião crucial está programada para os dias 18 e 19 de junho em Moscou entre o grupo 5+1 (Estados Unidos, China, Rússia, Grã-Bretanha, França e Alemanha) e o Irã.
A AIEA deseja, em particular, obter acesso à base militar de Parchin, perto de Teerã, onde suspeita que o Irã executou testes com explosões convencionais que podem ser aplicadas no setor nuclear.
Atividades - Recentes imagens via satélite mostram que o Irã está produzindo trabalhos de limpeza nesse local, "incluindo o uso de água, a demolição de edifícios, a retirada de cercas e o levantamento de terra", assegurou Amano. Essas atividades aumentaram a desconfiança dos inspetores e as suspeitas de que o Irã está ocultando alguma coisa. "Queremos ter acesso a Parchin para entender o que acontece ali", afirmou o diretor-geral da AIEA.
governo iraniano nega veementemente todas as acusações. Ainda assim, nesta sexta-feira, o presidente chinês, Hu Jintao, pediu ao colega iraniano Mahmud Ahmadinejad que seja "flexível e pragmático" nas conversações sobre o programa nuclear.

Milícia Shabiha faz 'trabalho sujo' para regime de Assad

Destruição após ataque em Homs, na Síria

O Exército do ditador Bashar Assad não atua sozinho na repressão aos protestos na Síria. Segundo a rede americana CNN, o regime conta com uma espécie de "tropa de choque", que seria formada por membros da milícia Shabiha. "O regime usa esta milícia para fazer o verdadeiro trabalho sujo, como execuções e repressão truculenta, especialmente em áreas urbanas onde há resistência dos civis", afirma Jeff White, do Instituto de Políticas para o Oriente Médio em Washington.
História – A Shabiha surgiu na década de 1970 como o braço "gângster" da seita alauíta, oriunda da região costeira do país e à qual pertence a família Assad.Provável responsável pelos dois últimos massacres em Houla e Al-Koubeir, além de outros episódios, a milícia tem dezenas de milhares de integrantes no país. Seu nome, segundo analistas, tem origem na palavra "fantasma", em árabe.
O escritor sírio Yassin Haj Shalih afirma que o nome Shahiba se refere a aqueles que trabalham "fora da lei e vivem nas sombras". Com o início da revolta popular em 2011, os milicianos foram convocados como combatentes do regime, e seu nome passou também a ser sinônimo de "bandido".
A alcunha é adequada, diz Michael Weiss, um especialista em Síria do grupo de direitos humanos britânico Henry Jackson Society. "Eles costumavam traficar armas e drogas, e hoje estão sendo usados como açougueiros", diz.
Gangue  Weiss afirma ainda que, apesar de o governo sírio atribuir a truculência às forças da oposição, a Shabiha é, na verdade, "a gangue armada" que apavora a população. Segundo o especialista, os homens da milícia estão frequentemente vestidos com roupas camufladas – como as do Exército – e circulam em tanques de guerra ou caminhonetes brancas exibindo armas. "A maioria é de fortões com cabeças raspadas e barbas longas".
Além da brutal repressão aos revoltosos, de acordo com Weiss, as principais funções da milícia – que ele também considera a versão clandestina das forças de segurança sírias – é espionar a oposição e manter armas longe da resistência, comprando tantas quanto possível no mercado negro. A Shabiha também saqueia propriedades, comete estupros e execuções sumárias. "O massacre de Hula trouxe ao conhecimento global o que eles têm feito", diz o especialista.

Rússia testa novo míssil intercontinental

Vladimir Putin com um fuzil AK-47 no centro de investigação e tecnológico em Moscou, na Rússia
A Rússia testou com sucesso um novo míssil intercontinental capaz de evitar o sistema antimíssil do escudo desenvolvido pela Otan para a segurança da Europa. Segundo o ministério russo da Defesa, o artefato foi lançado da base de Plesstsk, norte do país, e a ogiva do míssil atingiu o alvo em Kamchatka, uma península do Extremo Oriente russo, no Pacífico. “Os alvos do lançamento foram alcançados", destacou o porta-voz Vadim Koval.

De acordo com a agência russa Interfax, o míssil testado foi projetado para evitar o escudo antimísseis instalado pela Otan na Europa. A primeira fase do projeto foi declarada operacional no domingo, durante a reunião de cúpula da Aliança Atlântica nos Estados Unidos.

A Rússia critica a implementação do escudo da Otan no leste da Europa, que segundo militares europeus têm como objetivo proteger o continente de ameaças de países como o Irã. Lançado em 2010, o escudo antimísseis virou o principal ponto de discórdia entre a Otan e a Rússia, país que considera o projeto uma ameaça a sua segurança.

Obama - Ciente das tensões envolvidas no impasse, Barack Obama preferiu afastar o tema polêmico pelo menos durante sua campanha eleitoral. No final de março, durante a Cúpula de Segurança Nuclear, em Seul, um vazamento de áudio no microfone de Obama acabou flagrando o pedido do presidente americano para o então presidente russo e atual premiê, Dimitri Medvedev. Sussurrando, Obama requisitou mais tempo antes da retomada das discussões sobre o escudo antimísseis. "Essa é minha última eleição, depois terei mais flexibilidade", justificou.

terça-feira, 5 de junho de 2012

China critica aumento da presença militar dos EUA na Ásia

Marines realizam exercício militar nas Filipinas: presença do exército americano no Sudeste Asiático vai aumentar

O governo chinês não recebeu bem a intenção do Pentágono de ampliar a presença militar dos EUA no Pacífico nos próximos anos. No último sábado, o secretário de Defesa, Leon Panetta, declarou que até 2020 60% da força naval americana estará concentrada na região asiática.

O plano faz parte da nova estratégia do país para o continente e inclui também parcerias militares com o Japão, a Coreia do Sul e países do Sudeste Asiático, como Filipinas, Tailândia e Cingapura.

O porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Liu Weimin, afirmou que a presença dos EUA na região é bem-vinda, desde que o país comandado por Barack Obama respeite os interesses da China e das outras nações do continente. Segundo Weiman, hoje em dia as relações na Ásia são baseadas na paz e na cooperação, e não na superioridade militar. “A ênfase deliberada em estratégia militar e alianças bélicas não estão de acordo com os tempos atuais”, frisou o porta-voz.

EUA x China - Quando anunciou a nova estratégia para o Pacífico, Panetta deixou claro sua preocupação com a superioridade militar da China na região. "O Exército chinês está crescendo e se modernizando. Devemos ficar vigilantes. Devemos ser fortes. Devemos estar prontos para qualquer desafio", afirmou o secretário de Defesa, que já deixou claro que Washington não apoia qualquer tentativa unilateral de Pequim a favor de seus direitos no Mar da China Meridional, rico em petróleo e palco de conflitos territoriais com vários países vizinhos.